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SEMANA CULTURAL DO BRASIL – EXPOSIÇÃO VERA SABINO NOS AÇORES

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EXPOSIÇÃO VERA SABINO NOS AÇORES

SEMANA CULTURAL DO BRASIL – ABRIL 2004

O Olhar de Vera Sabino

    Olhar de doçura incomparável a descobrir nuances de magia e encantos, a recriar na linguagem plástica o real e adentrar no imaginário insular, no tênue fio que conduz e ao mesmo tempo separa o real do irreal. Um olhar que vagueia sem pressa pela paisagem exuberante, repousa no regaço nativo da mulher rendeira a entrelaçar fios e a tecer vidas, no pescador a lançar a rede no mar azul de brancas ondas rendilhadas. Um olhar que se ilumina ante o tremular da bandeira do Divino, na sincronia do secular ritual, dos códigos e símbolos a revivificar na Florianópolis do Divino. Um olhar pleno de religiosidade e fé na evocação do rosário hagiográfico de suas madonas e santos. Seu olhar cheio de graça, brinca matreiro no olhar da mulher. Gaivota a espiar e buscar rotas. Olhar cheio de sensualidade a adivinhar o ondular do corpo na cumplicidade dos olhares que transparecem na pungência pictórica. Olhar de muitos tons e cores a dar vida às formas e figuras resgatadas do imaginário mítico e fantástico da Ilha de Santa Catarina.
Olhar que aproxima a natureza e o homem, a terra e o mar, o ser e o estar na Ilha. A sinfonia do encontro da pintura onírica e lírica…

    No mosaico de cores, luzes e formas a afirmação da sua identidade. No olhar, o surreal da Ilha com suas tradições e valores da cultura popular açoriana sobrevivente. A façanha do olhar vincado nas raízes e nos caminhos telúricos vivos na memória e no germinar da semente profícua, no perpassar de gerações. Descortina imagens e lugares de um jeito singular como o sussurro do vento Sul que chega como um amante no bojo da paixão.

    O pincel de Vera, artífice do fazer e do saber, navega livre, compõe com Arte, refaz rotas, percorre mares e chega impregnado de sal e maresia junto com a onda a beijar a areia da praia. Vera Sabino acrescenta sempre. Desvenda a alma da Ilha e da gente. Ao atravessar o Atlântico, ela redescobre nossas histórias e geografias, unifica o espaço, apaga o tempo e, então, regressamos ao ontem que fomos a ao hoje que somos. Ao atravessar este portal que é o nosso mar circundante e se aproximar da gente de outras ilhas de lá ou de cá, leva na bagagem a beleza de sua arte, numa série de dez telas. Uma exposição que vai surpreender pela força que imprime a cada imagem moldada na mais pura temática do fascinante substrato açoriano, presente no litoral catarinense e revelados no seu notável uni verso cromático. Sua arte encontra nas tradições de seu povo e sua ancestralidade a fonte de da sua inspiração. Ancorada nos valores culturais da terra, do Sul do Brasil, desta Ilha de Santa Catarina, a criatura, a pintora, a mulher Vera Sabino com dignidade e orgulho apresenta a sua identidade cultural açoriana de Santa Catarina, a Décima Ilha. A contribuição da pintura de Vera Sabino é inconteste e se faz decisiva no panorama da arte contemporânea catarinense, com reconhecida projeção nacional.

    Agora, é a vez dos açorianos das Ilhas de São Miguel, Faial, Pico e Terceira conhecerem sua Arte. Imagens tão suas como os sonhos partilhados e as raízes partidas há mais de dois séculos. Significados fortes de pertencer ao lugar de partida e chegada. Para Vera Sabino, de regresso a sua história de vida e de arte.

    A Direção Regional das Comunidades, da Presidência do Governo Regional dos Açores, ao realizar a Semana Cultural do Brasil fortalece laços históricos e culturais que unem os Açores e o Sul do Brasil, fruto de uma mesma matriz civilizatória e, sobretudo, faz pulsar no mesmo ritmo, sentimentos de comunidades irmãs, ainda que separadas no tempo e no espaço.


Florianópolis – Ilha de Santa Catarina
abril de 2004

Lélia Pereira da Silva Nunes
Superintendente da Fundação Cultural de Florianópolis

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